segunda-feira, 3 de outubro de 2016

UMA VEZ SALVO SEMPRE SALVO? CALVINISMO - SOTERIOLOGIA - DOUTRINA DA SALVAÇÃO - A SALVAÇÃO PODE SER PERDIDA? - "mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:13).

       Podemos iniciar destacando que esta doutrina é uma das doutrinas que sendo ela distorcida, torna-se uma das mais perigosas para o povo em geral, inclusive o povo de DEUS. Os que estão na Igreja, congregando, correm um sério risco com esta doutrina distorcida.
       De antemão, coloco minha opinião anticalvinista.
       O povo que não faz parte da Igreja de Cristo já está condicionado com o pensamento tradicional, em várias religiões do mundo, de que todos os homens são filhos de DEUS. E que todos têm vida depois da morte. Na grande maioria não falam a respeito de perdição ou da existência do inferno.
       Este perigo fica maior quando se trata de estar mudando comportamentos dos homens que estão integrados na igreja de Cristo.
       Baseado em fatos reais, posso testemunhar com exemplos de duas Igrejas, que por questão ética, não citarei os nomes:
       Um pastor saiu de uma grande igreja e fundou outra. Por ser bem conhecido ele acabou arrastando com ele muitos fiéis. A primeira grande mudança que ele fez foi adotar o sistema calvinista de salvação, ou seja, “uma vez salvo sempre salvo”.
Pregando sempre sobre o amor e a misericórdia de DEUS. Mas se esquecendo da Justiça e da Santidade do SENHOR, que devem ser seguidos por todos os cristãos. Este pastor fez com que muitas pessoas desandassem na sua santidade. Começam a achar que podem fazer tudo o que o mundo faz e que no fim serão salvas.
Outra igreja ainda mais conhecida, composta por muitas pessoas do meio artístico, ensina aos seus membros que se pode participar de carnaval e que os “convertidos” com profissões censuráveis podem continuar exercendo as suas profissões. Como exemplo, quero lembrar uma cantora que canta e dança seminua e que depois de se membrar à igreja, continua fazendo a mesma coisa.
Vamos atentar a estes versículos:
a) "Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto... Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora..." (João 15.5-6).
- Jesus fala da possibilidade de um crente abandonar a fé, deixá-lo, e perder a salvação.
b) "A vocês também, que eram estranhos... agora reconciliados no corpo da sua carne... se é que permanecem fundados e firmes na fé, não se afastando da esperança do evangelho..." (Colossenses 1.21-23).
- Paulo fala aos "santos e irmãos em Cristo”. A reconciliação em Cristo depende da permanência na fé.
c) “Mas o meu justo viverá pela fé, e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma" (Hebreus 10.38-39).
- Se o crente ("meu justo") me abandonar, estará perdido. A possibilidade de recuo, de deixar, de abandonar a fé é uma realidade possível. "Daqueles que retrocedem" é uma palavra de exortação, uma injeção de ânimo para que continuem firmes na fé, mas fala também da possibilidade de o crente voltar ao estado primitivo.
d) "E odiados de todos sereis por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mt 10.22).
"Mais tarde vieram também as outras e disseram: Senhor! Senhor! Abra a porta para nós! Mas ele respondeu: A verdade é que não as conheço!” (MT 25:11,12).
A necessidade de fidelidade e vigilância é realçada nesta parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13), onde Cristo demonstra que boa parte dos crentes não estará preparada na Sua repentina vinda. Da mesma forma, a parábola do "Servo Vigilante" (Lucas 12.35-48) demonstra a necessidade de o crente não negligenciar a fé, e manter-se espiritualmente pronto para a volta do Senhor.
e) "Disse o pai: Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado” (Lucas 15:31,32).
O filho pródigo pegou sua parte em dinheiro e saiu para o mundo. Foi considerado morto pelo pai, até que retornou para casa. Esta passagem nos diz muito sobre uma possível PERDIÇÃO de quem já esteve à mesa do Pai salvo e vivo.
Veremos mais adiante a outra opinião. Por que alguns creem na predestinação? Por que creem que o salvo é escolhido para ser salvo e é sempre salvo?


Capítulo 1

ANÁLISE GERAL DA PREDESTINAÇÃO
Dentre as doutrinas contidas na Bíblia, a predestinação é uma das mais difíceis de serem abordadas. Creio que poderíamos identificar três razões para essa dificuldade:
REJEIÇÃO EM FUNÇÃO DE NOSSA NATUREZA PECAMINOSA.
Nossa natureza, influenciada pelo pecado, traz uma tendência de rejeição da exaltação do Deus Soberano, ao mesmo tempo em que passa a considerar o homem superior àquilo que ele realmente é. Nesse sentido, tendemos a nos apresentar numa posição de autonomia e superioridade, contrariando o que a Palavra de Deus nos revela sobre o nosso ser. As pessoas fazem um grande esforço para se desvincularem da esfera da autoridade Divina, e para tirarem Deus da regência de suas vidas e do seu destino.

DISTORÇÃO, POR INSUFICIÊNCIA DE BASE BÍBLICA.
Às vezes, a doutrina é apresentada, ou absorvida com um exame superficial da base bíblica. Se todos os ângulos não forem estudados, ou se recorrermos mais ao “eu acho”, ou ao “eu penso”, saímos com uma ideia distorcida dessa doutrina. O ideal é ter uma aceitação literal, sem preconceitos ou influências doutrinárias de determinadas igrejas, daquilo que a Bíblia revela sobre as ações e planos do Deus soberano para a humanidade.

DILUIÇÃO, PARA FACILIDADE DE COMPREENSÃO.
Muitas vezes, temos a ideia de que a veracidade ou não de uma doutrina está baseada na nossa capacidade de compreensão total da mesma, esquecendo-nos de que nossa compreensão é finita, imperfeita e limitada. O ajuste da interpretação ao nível de nossa capacidade traz uma série de problemas secundários que podem tornar a doutrina diferente da real e de impossível aceitação.
Quando estudamos a predestinação temos, portanto, de estar cientes das dificuldades do estudo, mas, se tivermos seriedade e humildade para aprender o que Deus nos revela em sua palavra, sem ser tendencioso, entenderemos mais claramente.

TÉCNICAS PARA ANÁLISES.
A. Os dados bíblicos – É preciso examinar o maior número possível de passagens.
B. Não rejeitar os conceitos bíblicos – Esta mutação simplesmente pode ser feita por quem lê para se adaptar à sua compreensão, ou experiência. A Palavra deve permanecer em toda a sua objetividade e lógica pela ação do Espírito Santo que nos dá sabedoria para compreender.
C. O testemunho histórico da Igreja – A história não determina a doutrina, mas estudá-la ajuda a ver como Deus tem guiado a sua igreja, e ajuda a entender a diferença de doutrinas e as mudanças de alianças de Deus com o homem no decorrer do tempo.
D. Aprender de Deus - O fato de que, quanto mais se aprende de DEUS e mais se exalta a ELE, maior o crescimento espiritual, e mais se chega perto da finalidade de glorificar ao DEUS CRIADOR e de entender o seu plano para cada um de nós.


Capítulo 2

O PLANO DE DEUS
No seu relacionamento com o homem, DEUS tem um PLANO, que é mais do que um mero MAPA, constituído de caminhos alternativos, para se chegar a dois destinos finais. A Bíblia nos diz que DEUS tem um plano – este plano é:
1. ETERNO - Is 46.9 e 10, diz: “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou DEUS, e não há outro, eu sou DEUS, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (veja também: 2Tm 1.9; Sl 33.11; Is 37.26; Jr 31.3; Mt 25.34; 1 Pe 1.20; Sl 139.16; 2 Ts 2.13; At 15.17,18).
2. IMUTÁVEL - Tg 1.17-18, diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do PAI DAS LUZES, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança...” (veja também: Is 14.24,27; Is 46.10,11; Nm 23.19; Ml 3.6).
3. CONHECEDOR DE TODO O FUTURO - Inclui os atos futuros dos homens. Isso pode ser visto em todas as profecias da Bíblia, mas considere, especialmente, Mt 20.18 e 19: “Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgirá”; e Lc 22.22: “Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído” (veja também: Dn 2.28 e Jo 6.64).
4. Inclui os eventos não importantes, ou ocasionais. Como lemos em Pv 16.33: A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão” (veja também: Jn 1.7; At 1.24,26; Mc 14.30; 1 Rs 22.28-34).
5. Especifica a certeza e a inevitabilidade dos eventos. Já vimos isso em Lc 22.22, acima, e o mesmo conceito está presente em Jo 8.20: “... ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora(veja também: Gn 41.32; Hq 2.3; Mt 24.36; Lc 21.24; Jr 15.2; Jó 14.5; Jr 27.7).
6. Até os atos pecaminosos do homem estão incluídos (sem que Deus seja o autor de pecado). Lemos em Gn 45.8, que as ações malévolas dos irmãos de José faziam parte do plano de Deus: “Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito”.
Deus, entretanto, não é o autor do pecado, como nos ensina Tg 1.13 e Dt 32.4: “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto” (veja também: Sl 5.4; Tg 1.13; Gn 50.20; Mt 21.42; At 3.17-18; Am 3.6).



Capítulo 3

O LIVRE ARBÍTRIO
O nosso conceito de liberdade e de livre arbítrio é muitas vezes identificado com a execução de ações erráticas, aleatórias, sem nenhum enquadramento em um modelo comportamental ou sem nenhuma ligação com a natureza e características intrínsecas das pessoas. Será que é mesmo assim? Vamos repensar um pouco os nossos conceitos, partindo de um exame da doutrina bíblica sobre a pessoa de Deus:
Deus é Espírito: Infinito Ser, Sabedoria, Eterno Poder, Justiça, Imutável em sua Bondade e Verdade.
E o HOMEM, ele é livre?
SIM, o homem é livre no sentido de que suas escolhas não são determinadas, em linhas gerais, por nenhuma compulsão externa, caso contrário, onde estaria o livre arbítrio.
ENTRETANTO, suas ações são determinadas pela natureza de seu próprio caráter, e nós sabemos que esta natureza é só pecado (Rm. 3.10-23).
A Confissão de Fé de Westminster, em seu Cap. III, seção 2, diz que: “... Deus não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura”.
Vejamos a posição contrária: se ele determina, simplesmente porque conhece de antemão (como, por exemplo, falando-se das profecias registradas na Palavra de Deus), na hora em que ele houvesse determinado, essas situações se tornariam fixas e imutáveis. Dificilmente um cristão dirá que Deus não é soberano, ou que ele não cumpre o que profetizou. Sendo Ele soberano as coisas serão cumpridas, como previamente registradas. Como fica, então, a defesa da liberdade irrestrita das pessoas, do “livre arbítrio”, neste sentido? E se os homens, segundo esse conceito, que são os agentes diretos do cumprimento das determinações que Deus colocou no seu plano (apenas “porque Ele já conhecia”), na última hora resolverem “mudar de idéia”, como fica esse plano de Deus? Deus também ficará mudando, à mercê das determinações do homem, e até quando?
Vemos que, procurar escapar à imensa evidência bíblica que ensina a irrestrita soberania de Deus, o seu plano sábio e sua onipotência no cumprir tudo que antes predeterminou, com a ilusão de que Deus realmente não determina, mas apenas conhece previamente, não traz qualquer “liberdade” ao homem, a não ser que se pretenda reduzir o poder de Deus.
A seguir, temos um diagrama com as diferentes alternativas, posições e algumas referências bíblicas, mostrando como podemos organizar os dados das Escrituras e, até onde levam alguns pensamentos e deduções:

A PREDESTINAÇÃO.
Dentro do contexto bíblico, que estamos estudando, a Predestinação é simplesmente um ponto específico deste plano de Deus. O nosso Deus é soberano e não existe uma área sequer do universo, da nossa vida e existência, que não esteja sob esta soberania e regência, inclusive a questão da salvação de almas.
A. DEFINIÇÃO: Poderíamos definir a Predestinação como sendo: O aspecto da pré-ordenação de Deus, através do qual a salvação do crente é considerada efetuada de acordo com a vontade de Deus, que o chamou e o elegeu em Cristo, para a vida eterna, sendo a sua aceitação VOLUNTÁRIA, da pessoa e do sacrifício de Cristo, uma CONSEQUÊNCIA desta eleição e do trabalho do Espírito Santo, que efetiva esta eleição, tocando em seu coração e abrindo-lhe os olhos para as coisas espirituais.
B. A Fonte da Predestinação: É a Soberana Vontade de Deus. Em João 6:37, 44 e 65 temos: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”; “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”; “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (veja também – Ef 1.4, 5 e 11; Rm 9.11, 16).
C. A Causa da Predestinação: É a misericórdia infinita de Deus e a manifestação de sua glória. Rm 9.23 diz “... a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão (veja também – Rm 11.33; Ef 1.6 e Jo 3.16).
D. Os Objetos da Predestinação: Pessoas pecadoras. Note JO 1.12 e 13 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (veja também esses versos, todos em João – 5.21; 6.65; 10.26 e 27; 12.37-41; 15.16; 17.6-8).
E. Os Meios para a concretização da Predestinação:
1. O chamado externo – Mt 22.14 “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”.
2. A resposta ao chamado interno (crença) – At 13.48 “... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.



Capítulo 4

ORIGEM E DEFINIÇÃO DA PREDESTINAÇÃO.
A predestinação ensina que todos nós fomos criados por Deus já salvos ou condenados. Surgiu no século 16, com o protestante francês João Calvino, fundador do Calvinismo, e autor de "Instituição Cristã", obra de grande valor literário.
Propagou-se o Calvinismo pela Holanda, Suécia e Escócia. E João Knox, discípulo escocês de Calvino, e seu contemporâneo, fundou a Igreja Presbiteriana, dividida hoje em 9 igrejas que divergem sobre a predestinação, com algumas de suas correntes aceitando hoje a reencarnação.
Com o devido respeito aos adeptos da predestinação, considero-a incompatível com a nossa razão, com a Bíblia e com a providência salvadora de Deus.
Se já estamos predestinados por Deus à salvação ou à condenação, que sentido tem a nossa religião e a pregação do evangelho a toda a criatura? E o que significa a passagem que diz que quem não estiver ligado em Cristo vai ser cortado e queimado, que está em João 15?
A predestinação originou-se principalmente de uma interpretação errada de um texto de Paulo:
"Deus tem misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz" (Romanos 9, 18).
Veja outras citações que são contra a predestinação: "Deus não faz acepção de pessoas" e "Deus quer que todos se salvem". Jesus é o salvador do mundo, e não só de meia dúzia de almas! Realmente, se a misericórdia divina deixar de abranger uma alma só que seja está deixando de ser infinita, pois ficaria limitada.
Em parte, Paulo está até certo, pois Deus é livre para fazer o que Ele quiser. Mas o próprio Paulo nos fala que tudo nos é permitido, mas que nem tudo nos convém! E, por acaso, conviria o mal a Deus? Mas ao falar da ausência da misericórdia de Deus para com alguns, Paulo não se refere necessariamente à questão de condenação eterna.
No mais, toda vez que a Bíblia fala em predestinação, no sentido de condenação nossa, trata-se de consequências de males cometidos por nós (1 Pedro 2, 8, e Isaias 65, 12), e não uma decisão aleatória divina, "pois Deus não é de confusão"!
Não confundamos a onisciência de Deus com a sua responsabilidade pelo nosso destino, que cabe exclusivamente ao nosso livre-arbítrio. Porém, com a nossa evolução espiritual possibilitada por Deus, e trabalhada por nós, estamos predestinados, sim, mas para a felicidade eterna!
(José Reis Chaves, Autor de "A Face Oculta das Religiões" - Editora Martin Claret).



Capítulo 5

A PREDESTINAÇÃO NA HISTÓRIA.
De acordo com o Site solanoportela@solanoportela.net, aí vai uma exposição das doutrinas relacionadas com a Soberania de Deus, com Seus decretos e, especialmente, com a Predestinação através da história:

A. ENTRE OS JUDEUS:
Os Judeus aceitavam normalmente a ideia de Deus, expressa no Antigo Testamento, que o apresenta como estando no controle de tudo e de todos. Dirigindo os passos e os destinos dos homens, como indica Provérbios 16.33 – “A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão” (veja também – Amós 3.5 e 6; Isaias 45.7 e João 9.2).

B. NA HISTÓRIA DA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA:
1. Ensinada por Jesus – JO 5.21; 6.65; 10.27; 15.16.
2. Explanada por Paulo – RM 9.1-16; EF 1.4,5-11.
3. Registrada por João, Lucas e outros: JO 1:12,13; AT 13:48
4. Aceita pelos Patriarcas da Igreja, como por exemplo: Policarpo, Irineu e Eusébio.
5. Contestada pelos ramos heréticos da Igreja, dos quais o maior expoente, nos primeiros séculos, foi PELÁGIO, que defendia o livre arbítrio irrestrito, em oposição a AGOSTINHO, que defendeu e enalteceu a Soberania de Deus em todas as esferas, principalmente na salvação de almas.
6. Esquecida pela Igreja Católica, na medida em que ela foi se formando entrelaçada ao Estado, após a regência do Imperador Constantino. Este esquecimento foi paralelo ao de outras doutrinas cardeais da Bíblia, que foram sufocadas e suplantadas pelas tradições e conveniências da Igreja, concretizando-se no humanismo pragmático de Tomás de Aquino.
7. Reaparecida em todos os movimentos Pré-reforma que desabrocharam na Idade Média, sendo uma constante, paralelamente às outras doutrinas chaves da Bíblia, entre os Valdenses (seguidores de Waldo), os Hussitas (seguidores de João Huss) os Lolardos (seguidores de Wyclif), etc.
8. Revivida por Lutero, na Reforma do Século XVI, que despertando para as doutrinas fundamentais que haviam sido mumificadas pela Igreja Católica, a defende e a proclama, principalmente em seu livro: “De Servo Arbítrio” (A Prisão do Arbítrio), escrito em resposta a Erasmo de Roterdã.
9. Constante em todos os movimentos Pós-reforma, como por exemplo, nos escritos e tratados de Melânchton, Zuínglio, João Knox, etc.
10. Sistematizada, em seus ensinamentos, por João Calvino, que reapresenta e sistematiza a posição de Paulo e de Agostinho em seu tratado “Institutas da Religião Cristã”, e em outros livros e comentários bíblicos que escreveu, fundamentando a posição da Igreja Protestante contra os Arminianos.
11. Atacada apenas, nesta ocasião, por Jacobus Armínius e seus seguidores, que assumiram a posição de Pelágio, levando ao posicionamento contrário, oficial, conhecido como os cânones de Dort (Dordrecht) – que resume a doutrina reformada sobre a soberania de Deus na salvação , refletindo, igualmente a interpretação bíblica dessas doutrinas contidas no Catecismo de Heildelberg e na Confissão de Fé Belga.
12. Constituída no posicionamento oficial de quase todas as denominações após a Reforma: Presbiterianos, Batistas, Congregacionais, Anglicanos.
13. Presente nas mensagens dos grandes pregadores dos séculos 17 a 19, tais como:
CHARLES SPURGEON - Muito escreveu sobre eleição e soberania de Deus.
JOÃO WESLEY - O reavivalista, compositor de hinos e iniciador do Metodismo.
J. EDWARDS e GEORGE WHITEFIELD, nos EUA, e muitos outros de tradição puritana.
14. Considerada como o esteio da Igreja e da Nação Holandesa, durante séculos (na forma mais abrangente da Soberania de Deus – pois penetrou a vida plena da nação, inclusive na política), o que pode ser constatado nos movimentos missionários e de catequização deflagrados pelos holandeses nos séculos 16 e 17 e, mais contemporaneamente, nas vidas e escritos de KUYPER, BAVINCK e outros ilustres homens de Deus, daquele país.
15. Considerada a mola mestra dos movimentos missionários desencadeados pela Igreja Norte Americana, pois constituía a doutrina explanada pelos grandes doutores, tais como Charles Hodge, Benjamin Warfield, Dabney e tantos outros. Neste sentido, esteve presente no Brasil desde o início da Igreja Presbiteriana, pois era a doutrina dos antigos missionários (a começar com Simonton – discípulo de Hodge) e dos primeiros pastores formados por estes, tais como o Dr. Antônio Almeida e muitos outros.
16. Infelizmente, esquecida e relegada a um segundo plano por quase todo o mundo evangélico contemporâneo, mais preocupado que está com os “modismos” da época, em vez de concentração nas raízes sólidas da doutrina bíblica e na aplicação destas às pessoas, em todas as suas atividades. Este esquecimento foi provavelmente causado pelo advento do Dispensacionalismo, há cerca de 150 anos, que, popularizado pela Bíblia de Scofield, tomou conta da mensagem e da teologia da maioria das denominações, até da Igreja Presbiteriana, no maior reavivamento de Pelagianismo e Arminianismo desde a aparição destas correntes.
17. Necessária no ensinamento das Igrejas, que deveriam rever os seus Padrões de Doutrina, achegando-se cada vez mais à Palavra, para que a posição de Deus venha a ser exaltada, e para que o Evangelho puro possa ser pregado, para a glória do Seu Nome.

OPINIÃO CONTIDA NO SITE solanoportela@solanoportela.net:
“Acreditamos, portanto, que a Doutrina da Predestinação é bíblica; harmoniza-se com o todo da revelação da pessoa de Deus, conforme as Escrituras; e tem sido sustentada pelo testemunho dos segmentos fiéis da igreja de Cristo”.



Capítulo 6

O EVANGELHO DA GRAÇA E SEM ACEPÇÃO DE PESSOAS:
Isaías 1:18-20: "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse".

Atos 17:2-3
"Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio".
Faria uma pergunta chave para todos aqueles que defendem o sistema de salvação pela predestinação:
Deus enviaria o seu filho para morrer pelos homens se Ele tivesse o plano de escolher a dedo os que deveriam ser salvos?


A PERSEVERANÇA É O GRANDE REQUISITO PARA A SALVAÇÃO
I – A INSISTÊNCIA NA PRESENÇA DE DEUS: "E odiados de todos sereis por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 10.22).
A segunda parte poderia ser assim: Aquele que não perseverar até o fim NÃO será salvo (SUPOSIÇÃO).
II – CONFIRMAÇÃO DA PERSEVERANÇA E FIDELIDADE: Na parábola das Dez Virgens (Mateus 25.1-13); Na parábola do "Servo Vigilante" (Lucas 12.35-48) demonstra a grande necessidade de o crente não negligenciar na fé, e manter-se espiritualmente pronto para a volta do Senhor. Sem estar achando que uma vez salvo, sempre salvo.
III – A POSSIBILIDADE DE DESVIO DO CAMINHO TAMBÉM PROVA A FRAGILIDADE DA PREDESTINAÇÃO: "Irmãos, se algum dentre vós tem se desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados" (Tiago 5.19-20).
A carta, dentre outros objetivos, destinou-se a encorajar crentes exortando-os a se manterem na Verdade que lhes foi revelada. Como se vê, Tiago admite ser possível, alguém dentre os irmãos, abandonar a fé e resistir à graça.
IV – O RETORNO AO MUNDO: "Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão... Portanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro" (2 Pedro 2.15,20-22).  
Pedro retrata a situação dos falsos mestres que anteriormente receberam a redenção pelo sangue de Jesus, depois voltaram à escravidão do pecado e perderam a salvação.



CONCLUSÃO
Ao terminar de fazer o homem à sua imagem e conforme sua semelhança, Deus declarou que Sua obra era muito boa (Gn 1.31).
Adão estava livre para tomar decisões, até para desobedecer ao Criador, como de fato desobedeceu (Gn 2.16-17; 3.1-6).
Nas palavras do Senhor a Caim (Gn 4.7) nota-se que a liberdade de decidir continua fazendo parte do ser humano.
A salvação em Cristo é oferecida a todos os homens porque Ele morreu por todos os pecadores, pelo mundo inteiro, e não apenas por homens previamente eleitos (2 Co 5.14-15; Hb 2.9; 1 Jo 2.2). A salvação está disponível a todos, mas os interessados deverão buscá-la na cruz, pois é dada somente aos que creem em Jesus.
Não existe eleição sem Cristo. A condição para sermos eleitos é crer, obedecer e seguir a Cristo Jesus.
Enfim, a predestinação seria um plano injusto. Deus não é injusto. Imagina uma pessoa salva, por ser predestinada à salvação, sair pecando e sem querer saber de Deus. E no outro extremo, imagine alguém que está perdido pela pré-escolha de Deus, desejando praticar a justiça e desejando conhecer o Arquiteto de toda esta maravilhosa obra da criação. O primeiro nunca se perderia apesar de todos os pecados, e o outro, nunca poderia ser salvo. Ao pé da letra, predestinação é isto.


Bibliografia
DA COSTA – Pr. Airton Evangelista da Costa - E-Mail: aicosta@secrel.com.br www.palavradaverdade.com – Extraído da Internet em 13.09.05.

CHAVES - José Reis Chaves - PORTAL DO ESPÍRITO - E-mail jrchaves@redevisao.net – Extraído da Internet em 13.09.05.
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